Mostra coletiva de fotógrafos da Amazônia é destaque no Intercâmbio Brasil, França e Caribe na COP-30

“A Amazônia é muito mais do que apenas uma fonte de recursos naturais. Ela também é um berço de arte contemporânea e um espaço de autonomia intelectual”, afirma Karina Jucá, idealizadora da exposição “Belém, Paris n’America: Amazônia desconhecida”. O projeto, que conta com a participação do renomado fotógrafo paraense Luiz Braga, irá ocupar diversos pontos de Belém durante a COP-30 e também fará uma turnê por São Paulo, Paris e Martinica.

Karina Jucá é a mente por trás da Associação Embaixadinha, que tem como objetivo promover intercâmbios culturais entre Brasil, França e Caribe. Com a produção executiva de Narjara Oliveira e Reator Cultural Socioambiental, o projeto conta com a colaboração de importantes curadores e museógrafos de Belém, São Paulo e França.

Entre eles está o curador-chefe do Instituto Tomie Ohtake (SP) e curador adjunto do Centre Pompidou (Paris), Paulo Miyada. Além dele, também integra o time o renomado museógrafo francês Adrien Gardère, conhecido por seu trabalho no Museu do Louvre e na restauração do Museu de Cluny.

O projeto prevê ainda a realização de oficinas e masterclass com os curadores participantes. Além disso, haverá um edital aberto para novos artistas visuais da Amazônia, com o intuito de democratizar a seleção e ampliar a diversidade estética da mostra coletiva.

“A ideia é desafiar a narrativa dominante e mostrar que a Amazônia é um polo de produção de arte contemporânea, com uma forte identidade cultural e intelectual própria”, explica Karina Jucá, que atua na Europa como produtora cultural e fundadora da produtora Rouge Brésil.

Além dos artistas já consagrados da região, o projeto também terá um foco em artistas emergentes, buscando dar visibilidade às diversas linguagens e estilos presentes na cena fotográfica contemporânea da Amazônia.

A exposição ocupará diversos pontos turísticos de Belém, como a Estação das Docas, o Mangal das Garças e o Parque do Utinga. Em parceria com a Fundação Cultural do Pará, o projeto irá circular por locais que recebem mais de 50 mil pessoas por dia, promovendo uma ampla divulgação da produção artística local.

Para Karina Jucá, além de ser uma oportunidade de valorizar os artistas da região, o “Belém Paris n’America” também é uma forma de promover um diálogo entre diferentes culturas. “Ao unir Belém, Paris e América nesse projeto, queremos mostrar que esses elementos conversam entre si e têm muito a contribuir para a arte contemporânea”, ressalta.

O projeto também tem um importante viés político ao destacar a Amazônia como uma região ameaçada e cobiçada. E vai além ao estabelecer uma ponte com a América Central através da parceria com a Martinica. A ilha caribenha, que tem uma forte influência da cultura europeia e das Índias Ocidentais, é um importante parceiro econômico do Pará e será o primeiro país a receber a exposição fora do Brasil.